21 novembro, 2006

Análise Crítica – Hipertexto e Hipermedia – Texto: Anjos, Fadas e Sereias – 12 Teses sobre Cibercultura de Rui Magalhães

“Anjos, Fadas e Sereias” é um texto de conteúdo bastante denso em torno da temática do Ciberespaço.

Rui Magalhães disserta sobre o tema e as várias vertentes que o envolve e o influencia.
São doze tópicos que divergem de forma a compor características que por fim convergem e constituem o ciberespaço.

Os tópicos tentam explicar as características do mundo virtual interrelacionando vários factores científicos, sociológicos que implicam o fenómeno ciberespacial.

Ao entender o ciberespaço como um fenómeno não-autónomo e sim um “produto” da relação entre as novas tecnologias, da sociologia, da psicologia, da comunicação, antropologia e história; Rui Magalhães cria uma série de hipertextos em “Anjos, Fadas e Sereias”.

As diferenças sociais e tecnológicas entre os povos e países e o que isso influi e representa no ciberespaço; a suposta liberdade ideológica, os discursos políticos e os valores “criados” e difundidos na net; a discussão das identidades e das individualidades em um “mundo” colectivo e dito sem fronteiras e a análise do ciberespaço como um modelo de Comunicação de representação das realidades são sub-temas que, entre outros, compõem os doze tópicos e dão uma nítida ideia de hipertextualidade.

Podemos pensar em cada tópico como um hipertexto que nos convida a reflectir também sobre outros temas e observar suas influências e conexões com o ciberespaço. O próprio Rui Magalhães faz considerações sobre o hipertexto e sua função de criar portas e possibilidades “infinitas infinitamente limitadas” aos seus e pelos seus utilizadores.

Quanto a hipermedia, o texto em si fica a dever. Talvez por ter sido produzido tendo em mente unicamente o suporte impresso.

Pensando no ciberespaço como suporte, vídeos com entrevistas de especialistas nessas áreas diversas (Psicologia, Sociologia, História, Comunicação, etc), a utilização de gráficos animados com estatísticas (por exemplo, quando se fala em diferenças sociais e económicas), entre outros, em uma infinidade de ambientes gráficos, poderiam dinamizar o texto, que por si só é bastante denso, e aprofundar as hipertextualidades.

Entretanto, Rui Magalhães também aborda o tema dos ambientes gráficos e como “enquadram o ciberespaço numa ilusão de mundo configurável pelo indivíduo”.